terça-feira, 4 de agosto de 2015

Maria, Maria, uma canção, um vinho!


“Mas é preciso ter manha, 
É preciso ter graça
É preciso ter sonho sempre
Quem traz na pele essa marca
Possui a estranha mania
De ter fé na vida...”


Eduardo Junqueira, cervejeiro assumido, iniciou seus passos no mundo do vinho após ouvir do médico os benefícios desta bebida ao coração. A saúde não estava muito boa e era preciso mudar!


Inspirado nos versos da linda canção do amigo Bituca, no meio dos seus cafezais, plantou as primeiras parreiras e, agora, passados alguns anos, o sonho de colocar no mercado o vinho Maria Maria está muito próximo!


Eduardo Junqueira faz parte da quinta geração de uma das famílias mais tradicionais no plantio de café em Minas Gerais. Administra cerca de 600 hectares de pés de café, além das plantações de trigo, soja e alface. Mineiro de sorriso fácil e cativante, olhos brilhantes cheios de sonhos e fé!








Neste novo projeto, delegou toda a gestão ao seu filho Eduardo Junqueira. Menino homem que mantém a tradição da família e seu amor pelo campo. Este menino me impressionou logo no início de nossa conversa quando me disse que em 2014 perdeu tudo devido aos fungos, pois ficou muito confiante e seguro que tudo estava perfeito e se descuidou. Foi um tombo, mas logo se levantou e agora caminha diariamente por todo o parreiral atrás de qualquer praga, chegando a sonhar algumas noites com fungos. Não tenham dúvida que este menino nasceu para o sucesso!






Todos que vierem a beber deste vinho beberão muito mais que um fermentado de uvas! Em suas botelhas estão unidas a fé, os sonhos, o trabalho duro e o amor de toda uma família que de tão mineira chega a ser a própria canção de Bituca!


No meio dos cafezais da Fazenda Capetinga, em Três Pontas, numa leve colina ensolarada, encontramos os vinhedos de Sauvignon Blanc, Syrah e Chardonnay.







Os vinhedos são novos, mas já demonstram grande potencial. O solo argiloso que favorece os vinhos brancos e também na produção de tintos de boa qualidade aliado à um inverno com amplitude térmica e seco, com pouca ocorrência de chuvas, favorece à cultura da poda invertida.




A Vindima 2015 iniciou-se pela Sauvignon Blanc e nos próximos dias a Syrah será colhida. Os vinhedos estão todos protegidos contra os pássaros, devoradores de uvas! A Chardonnay não se adaptou bem à poda invertida e irá produzir no ciclo normal, seus vinhedos estão todos preparados para a irrigação por gotejamento.




Tive o prazer de degustar três vinhos que ainda estão sem rótulos, pois a rotulação ocorrerá nos próximos dias.

O primeiro vinho que eu degustei foi o Sauvignon Blanc. Um vinho surpreendente. Uma bela coloração palha esverdeado com reflexos dourados. Aromas de frutas brancas e capim marmelo. Na boca, o melão se faz presente, muito doce, contrastando com a acidez exuberante, o que provoca um resultado maravilhoso no palato. Com certeza um dos melhores Sauvignon Blanc produzidos no Brasil.



Em seguida, partir para o rose de Syrah. A cor está muito bonita. Os aromas são uma explosão de framboesas e groselha. No palato, sente-se os taninos e a acidez em equilíbrio com o álcool. Uma fruta vermelha doce, madura, com leves notas de pimenta negra. Um vinho perfeito para ser bebido à beira de uma piscina, ou no mar, mas como estamos em Minas, perto de uma cachoeira!


Finalizando a degustação, partir para um Syrah com passagem por carvalho americano e carvalho francês. Os aromas remetem à frutas negras, baunilha, leite de côco e um toque lácteo, tudo acompanhado de uma especiaria que remete à pimenta. Na boca, está muito equilibrado com uma bela acidez, taninos redondos e uma fruta em compota. Um vinho muito fácil de se beber acompanhando um queijo de massa dura ou uma carne vermelha.


Os empreendimentos no Sul de Minas baseados na poda invertida, desenvolvida pelo agrônomo da Epamig Murillo de Albuquerque, estão em franco desenvolvimento. A técnica consiste em fazer duas podas no ano, a primeira entre agosto e setembro, logo depois da colheita, e a segunda entre dezembro e janeiro, quando a planta está com os frutos bem pequenos, que são desprezados, e a parreira recomeça todo o ciclo com a formação de folhas, flores e frutos. Neste caso, as uvas estarão prontas para serem colhidas a partir de julho. Mais alguns anos e poderemos ter um grande centro produtor de vinhos finos no Brasil.

Como diz a canção...

“Mas é preciso ter manha,
É preciso ter graça
É preciso ter sonho sempre
Quem traz na pele essa marca
Possui a estranha mania
De ter fé na vida...”

E, com a autorização do Eduardo Junqueira, em primeira mão, seguem os rótulos dos Vinhos Maria Maria!





4 comentários:

  1. Como conseguir esses vinhos?? Tem o contato da vinicola???

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  2. Um dia inesquecivel esta visita na fazenda Capetinga!
    Degustacao de vinhos e cafes e um abraco carinhoso da famia mineira q encanta!abracos..

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  3. Que satisfação termos, em meio aos tradicionais cafés do Sul de Minas, estes rótulos que entregam muito mais que uma simples bebida !!!

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